quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O AMOR NOSSO DE CADA DIA...

       
            Passamos a vida sonhando com o príncipe que nos seduzirá pelo resto dos nossos dias! Idealizamos o par perfeito e nesta caminhada, vamos “descartando” as peças improváveis que não se encaixam no nosso quebra-cabeças.
       Quando nos sentimos preparados para a vida a dois, casamos, vamos morar juntos, concretizando o tão esperado sonho...constituir uma família, ao lado de um homem/mulher, ao qual prometemos coisas muito sérias, sem ter a menor noção do que isso significará pelo resto dos dias que viveremos ao seu lado!
        Começa então a construção de um novo papel, que exige uma conduta associada a este papel...malabarismos para equilibrar gostos e gastos, maneiras de ver e sentir a vida, administração das coisas do dia-a-dia, da educação dos filhos, quando estes chegam, etc.
       A característica fundamental deste convívio deve ser a flexibilidade e a humildade em reconhecer o espaço do outro e a hora de recuar e respeitar, assim como fazer-se respeitar, tudo isso sem que a vida a dois não se torne um martírio!
        E nesta convivência onde a parceria e a cumplicidade deveriam ser absolutas, nem sempre a competição cede lugar...então...passamos as horas, os dias ou anos  numa relação que mais parece um jogo de tênis! Os  casais tentam exaustivamente “matar o ponto” e, dessa forma, sentem-se “vitoriosos”, não sei bem em relação a que ou a quem...mas vitoriosos, porque aquele ao qual prometemos coisas muito nobres, há algum tempo atrás, está em desvantagem, perdeu, é o nosso adversário!!!!
       É uma lógica ambígua, pois o companheiro é alguém que se escolhe para caminhar juntos, unir forças, compartilhar idéias, projetos, dores e sabores da vida diária. Entretanto, ao invés de investirmos em nós mesmos, nossos projetos, nosso crescimento e desenvolvimento como pessoas, o que certamente nos tornará mais atraentes e envolventes, desperdiçamos nossa energia na destruição do outro! E o outro é nosso cônjuge!?
        Pior do que viver assim é não ter a exata consciência de quem se é, tanto como pessoa, quanto, como parceiro, e não buscar os caminhos para sua satisfação e felicidades!
       Claudia Raia e Edson Celulari, por exemplo, parecem ter vivido, com tudo que uma relação tem de bom e de ruim, durante duas décadas e tiveram a coragem de serem verdadeiros e leais a si próprios, quando findaram a relação, onde os papéis de marido e mulher se esgotaram. Há quem diga que a relação não deu certo! Como não?! Deu certo, siiiim!!! Durante quase vinte anos! Não daria agora, quando se aperceberam que o vínculo se esgotou...mas pra isso é preciso  correr um certo “risco”  e autenticidade...características que pessoas que se conhecem profundamente conquistam quando o assunto é a busca da sua felicidade...
        O amor da vida adulta consiste, entre tantas outras coisas, em manter essa disponibilidade de compartilhar, crescer juntos, rir das falhas, entregar-se, para o vínculo! Sem utilizar, perversamente, as dificuldades do outro, como arma letal que mata o afeto, o sexo e o futuro...não acreditamos, verdadeiramente, que o príncipe se transforma naquele ser verde, de aparência brilhante  e gosmenta, sem o nosso auxílio, não é mesmo?!           
           
           
           

2 comentários:

  1. Realmente, não somos preparados para lidar como o que vem depois do "e foram felizes para sempre". Só com muito jogo de cintura e maturidade para conseguirmos lidar com tantas adversidades. Gostei do que disseste sobre o fim do casamento de Claudia Raia e Celulari. Também sempre digo que meu casamento deu certo, apesar de ter termiinado. O difícil para a maioria das pessoas é entender que ciclos se encerram e ter coragem de sair deles com dignidade é uma grande atitude. Mais um belo texto, Jo!

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  2. Lu, minha linda! Pois é...parece que é preciso sempre uma grande tragédia para que o casamento termine! Se não, não é "legítimo" abandonar o que algumas pessoas ainda elegem como uma grande segurança...o que temos para aprender e viver com as pessoas terminam! podemos aceitar isso em relação aos amigos, mas em relação aos maridos,ou as mulheres, não...por que?!?!

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