terça-feira, 31 de agosto de 2010

QUEM É SEU AMANTE?!

Hoje, pela manhã, abri os e-mails e lá estava, enviado por uma amiga, o interessante texto, de um colega psicólogo...

A proposta não é fácil, mas é simples...afinal disponibilizamos de absolutamente TODOS os recursos necessários para sermos mais felizes...

Então...para desfrutar e refletir...

Quem é seu amante?!

" Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam". Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia,apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança. Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!  É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?! Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais. Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:"AMANTE" é aquilo que nos "apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.O nosso "AMANTE "é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e amotivação da vida. Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!..E o que é "ir levando"? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva. Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã*.Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista... DA SUA VIDA!

Acredite: O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória, e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver... Por isso, e sem mais delongas, procure um amante ...A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

"PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, 
É PRECISO NAMORAR A VIDA!!!"

(Jorge Bucay - Psicólogo)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

          A Neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. Também pode ser descrita como análise sistemática dos distúrbios do comportamento que se seguem a alterações da atividade cerebral normal, causadas por doenças, como Alzheimer, por exemplo, lesões, malformações, etc.
         A Avaliação neuropsicológica (AN) é o exame das funções cognitivas do indivíduo: orientação, atenção, memória visual e verbal, raciocínio, linguagem, capacidade de abstração, entre outras funções. Deve ser feita somente por profissional especializado, exigindo fundamentação consistente da Psicologia, familiaridade com os testes padronizados, para avaliar especificamente aquelas funções mentais, além do conhecimento do sistema nervoso e suas enfermidades.
          A AN poderá ser requerida no declínio cognitivo, quando existem prejuízos de áreas cerebrais com alterações neurológicas (traumatismo craniencefálico, epilepsia, acidente vascular cerebral), na diferenciação entre síndromes psicológicas e neurológicas, como a depressão e a demência, ansiedade e transtornos como TDA/H (Transtorno do Défict de Atenção e Hiperatividade), entre outras demandas. Há também indicação de avaliação em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas ilícitas, uma vez que o funcionamento neuronal pode sofrer alterações pelo uso de qualquer droga, vindo o indivíduo a sofrer modificações nos processos de pensamento, atenção, sentimentos, emoções, concentração, memória, coordenação motora e nível intelectual.
         O exame neuropsicológico prevê determinado número de sessões (6 a 10) dependendo, sempre, do ritmo que o paciente adota. Essas sessões incluem entrevista de coleta de dados, com pacientes e/ou familiares, testagens e devolução dos resultados. A referida devolução será realizada pelo profissional, com base nos resultados obtidos. Este construirá um laudo (documento pessoal do cliente) com estes dados, onde as orientações quanto à reabilitação das funções prejudicadas estarão presentes, bem como os encaminhamentos a outros profissionais, quando necessários (neurologistas, psiquiatras).
          Através dos resultados da AN pode-se propor uma intervenção ou reabilitação, focada nas funções cognitivas que possuem déficts, e nos distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos, quando houver. O objetivo será oferecer melhor qualidade de vida ao paciente e minimizar os sintomas e o grau de sofrimento deste, assim como dos familiares.
        Importante considerar que, na reabilitação neuropsicológica, sessões de orientação à família ou cuidadores do paciente, são fundamentais. Sempre que este for criança, jovem/adulto com prejuízos significativos ou ainda, idosos que necessitam amparo. Além de auxiliar no sucesso do tratamento, a presença dos cuidadores, imprime a este processo, um sentido de comprometimento com o bem-estar daquele a quem nos responsabilizamos, neste momento. Este fator, sem dúvida é positivo, para apropriada recuperação e possibilidades de uma vida com maior qualidade.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DIA DO PSICÓLOGO: 27 DE AGOSTO

         Difícil tarefa é escolher uma profissão...dúvidas, pressões externas e, quase sempre a imaturidade presente, na faixa etária em que somos “convidados” a fazer isso...porém quando a profissão que escolhemos é aquela que tem a ver com a nossa “missão” e nos encontramos desempenhando o papel profissional, repletos de amor, então descobrimos: estamos plenos e acertamos integralmente na nossa escolha!!!
        Ser psicóloga, na minha concepção, é isso: acordar e saber que, a cada dia novos desafios chegarão. Mais pessoas trarão seus dramas e suas dores e, nós humildes e respeitosos, nos disponibilizaremos a trilhar juntos esse percurso e encontrar os melhores caminhos...
      Trabalhar com o Psicodrama faz com que essa “tarefa” seja inteiramente realizada, pois é uma teoria que parte do princípio que todo o ser humano tem enorme potencialidade para ser feliz e é com esse núcleo saudável que nos relacionamos a partir de então...trabalha-se com a saúde e não com a doença...identifica-se aspectos insatisfatótrios, mas é com a possbilidade de ressignificar eventos e "fazer diferente" que vamos focar a busca...
       O Psicodrama é chamado por alguns autores de “psicoterapia da relação”. Sabe-se que o desenvolvimento e sucesso do processo terapêutico somente ocorrerá se houver, verdadeiramente, um vínculo, uma relação entre os envolvidos, onde há entrega entre aquelas pessoas que ali estão: o paciente buscando respostas, alívio para suas angústias e o terapeuta disponível afetivamente. O psicólogo valendo-se de técnicas, métodos, conhecimentos e, principalmente, da capacidade que deve ter de se deslocar do “seu lugar” e compreender aquele ser humano a partir de como sente e percebe o mundo. Essa postura consiste, fundamentalmente, em compreender o “fenômeno” como ele se coloca, aqui e agora, e a partir desse momento buscar estratégias para que o cliente possa perceber-se e construir-se mais criativa e espontaneamente no desempenho dos seus papéis.
        A relação terapêutica no Psicodrama pressupõe papéis assimétricos. Há o cuidador e há o que se deixa cuidar, no entanto, a postura do psicodramatista é sempre de humildade e “ingenuidade” em relação àquilo que o paciente lhe trás, pois apesar de possuir o “saber”, o profissional nada será se não tiver a consciência de que o ser humano é único e vive e experimenta sua existência de forma particular... Cada pessoa que busca auxílio profissional, trás consigo um jeito peculiar de ser e estar no mundo e juntos, paciente e terapeuta podem desvendar, conhecer e compreender as relações que o cliente estabelece com a realidade que o circunda e a maneira com que este é atingido e/ou prejudicado por ela.
        O Psicodrama entende que o homem nasce espontâneo e que perde a capacidade de dar respostas adequadas aos eventos da vida, ao longo do desenvolvimento de suas relações (inadequação dos papéis dos cuidadores, abandono afetivo, entre outros). Dessa forma, entende-se, igualmente que, através do desenvolvimento de uma relação sadia entre paciente e terapeuta o sujeito poderá resgatar a “competência” para novamente apresentar respostas apropriadas aos acontecimentos da vida.Essa conquista pode resultar na construção ou fortalecimento de uma identidade mais coerente com o que está buscando ser. O resultado dessa harmonia entre o que se quer ser e o que se faz com a própria vida, pode ter como conseqüência uma pessoa mais inteira nos vínculos que estabelece e, portanto, mais feliz no mundo em que vive.
       Agradeço do lugar mais profundo da minha alma, pela profissão que tenho, pelo crescimento que experimento junto aos meus colegas e, principalmente, junto aqueles que confiaram a mim seus dramas e que permitiram que fizesse parte de suas vidas. São essas pessoas, que confirmam e fortalecem nosso papel, as responsáveis pela possibilidade de comemorarmos, legitimamente, o dia do Psicólogo!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

AS PERDAS E AS DORES DA ALMA...

          Desde que nascemos nossa vida se desenvolve em interação com outros seres humanos. É na relação com a mãe ou pessoa que desempenha este papel, que nos construímos como pessoas e é com base nas vivências decorrentes deste vínculo que apreendemos como é o mundo “lá fora”. Nas relações que se seguem a partir daí, continuamos nosso desenvolvimento num processo de co-construção de novos papéis e é inevitável que sejamos atingidos em diferentes intensidades, por aquilo que experienciamos. Deixar-se tocar, mobilizar-se pelos acontecimentos a nossa volta, questionar a modalidade das relações que desenvolvemos e buscar transformações nos aspectos insatisfatórios, é condição, para que saibamos onde estamos “pisando” no enigmático e surpreendente caminho da vida.
         É preciso que estejamos conscientes do nosso papel no mundo e que sejamos responsáveis pelo que fazemos, bem como pelo rumo que nossa existência toma, em diferentes momentos desta caminhada. Entretanto, ocorrem eventos sobre os quais não temos controle e, portanto, somos “convidados” a uma readaptação forçada, tanto no abandono, quanto na adoção e construção de novos papéis. Sofrer um trauma, como a perda por morte, de alguém a quem amamos muito, nos impõe cruel sofrimento, dilacerante e desorganizador e é, conforme relatam pessoas que vivenciaram tal situação, “uma dor daquelas que comprimem a alma”... Neste caso, passar por um período de retração, murmúrios, pesar e intensa angústia e ansiedade, é esperado. Este momento pode vir acompanhado de insônia, inapetência, raiva, inquietação, sensação de desamparo, entre outros sintomas.
        Nesta vivência tão particular e dolorosa, se faz necessário uma revisão de “esquemas”, num movimento de renúncia de determinados papéis e aprendizagem de outros. No entanto, é um processo que, além de difícil, pode ser lento, ocorrendo no ritmo peculiar de quem o vive. Diante desta experiência, ao qual o indivíduo é exposto, existem fatores que são fundamentais, para uma melhor readaptação e construção de novas maneiras de estar no mundo. A basal, diria, é a estrutura psíquica da pessoa implicada neste processo, o quanto possui recursos internos, a fim de disponibilizá-los, em situações de stress intenso. A presença da família, o círculo social de apoio a que pertence o sujeito e a fé constituem, entre outras recursos, fontes valiosas para a reorganização de sua vida no novo papel que lhe foi arbitrariamente conferido.
        Importantíssimo salientar que apoiar não significa tentar retirar ansiosamente, a pessoa traumatizada do estado em que se encontra, porém oferecer-lhe uma acolhida e, principalmente, uma escuta respeitosa, acerca daquilo que lhe convier compartilhar. Se estivermos ali para, verdadeiramente, amparar ao outro, não seria então lhe impondo nossas crenças do que “é melhor”, que obteremos êxito nesta jornada. Os calmantes, os programas realizados, os inúmeros chás ou copos de água que lhe são oferecidos, são nada menos do que “estratégias” inconscientes, de lidarmos com a nossa angústia ao “assistirmos” implacável sofrimento. Se tivermos consciência desta dificuldade que temos em lidar com a dor de quem estimamos e humildade em abandonar nossas crenças, validar e considerar o sofrimento alheio, isso basta.
       Ajudar (auxiliar, favorecer) significa sairmos do nosso lugar e nos colocarmos, sincera e inteiramente no lugar do outro e a partir de então oferecer o que pode ser mais expressivo neste momento: um espaço interno, onde possamos acolher e respeitar a dor alheia. Apoiar e amparar, a fim de que o outro se reconstrua, conforme seus particulares parâmetros, no ritmo e tempo necessários, para a superação da sua pessoal e intransferível dor... Isso é cuidar e amar: caminhar juntos, no resgate das “peças extraviadas”, de quem entende que, por hora, perdeu parte de si...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

            Há algum tempo atrás denominávamos “vício” o comportamento repetitivo, caracterizado pelo consumo de determinada substância. Hoje sabemos, claramente, que o que era chamado “vício” é uma das doenças que leva inúmeras pessoas a ocupar vagas em clínicas particulares especializadas ou nos leitos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa doença chama-se dependência química e nada tem a ver com o “hábito” ou uso consciente, por parte do sujeito.A dependência química é um transtorno crônico caracterizado por três elementos principais: compulsão para busca e obtenção da droga, perda do controle em limitar o consumo e surgimento de estados emocionais negativos (ansiedade, irritabilidade) quando o acesso à droga é impossibilitado (abstinência).
         Determinadas condições constituem fatores de risco que podem predispor ao abuso das drogas. As culturais e sociais como permissividade social, disponibilidade da droga, extrema privação econômica, estão entre elas. Condições interpessoais como, por exemplo, famílias com condutas relacionadas a álcool e drogas, manejo familiar pobre e inconsistente, personalidade dos pais, abuso físico, conflitos familiares, ou em outros contextos, e associação com amigos usuários de drogas, também contribuem. Existem os fatores psicocomportamentais, como problemas de conduta precoces e persistentes, fracasso escolar, vínculo frágil com a escola, comprometimento ocupacional, personalidade anti-social, psicopatologias (TDAH, depressão, transtorno de conduta, ansiedade), atitudes favoráveis para com as drogas e inabilidade de esperar gratificação. Além destes, há os fatores bioenergéticos, tais como genealogia positiva para dependência química e vulnerabilidade psicofisiológica ao efeito das drogas, que também estabelecem condições de alto risco, para desenvolver a dependência. Fatores neurobiológicos são preponderantes para o desencadeamento e manutenção dos sintomas associados à dependência química.
          Ambiente estável, alto grau de motivação, forte vínculo pais-criança, supervisão parental e disciplina consistentes, ligações com instituições próprias e associação com amigos não usuários, podem de alguma maneira tornar o indivíduo menos suscetível à dependência química.Sabe-se que, quanto mais precoce o indivíduo tiver contato com álcool, por exemplo, maiores serão as chances de desenvolver uma dependência em relação a essa e/ou outras substâncias. Porém, percebe-se que, especialmente em comunidades onde o consumo de álcool está bastante associado ao status de ter “crescido”, pode tornar-se difícil, um adolescente, conseguir ponderar, sem apoio familiar, qual a melhor escolha. Dizer “sim” a uma sociedade que lhe impõe o consumo, como símbolo de “macheza”, é muitas vezes dizer “não” a saúde física e mental e a própria vida! E pode começar aí, um caminho verdadeiramente penoso de ser trilhado...
         Uma das importantes "estratégias" para tentar prevenir o abuso é buscarmos ser pais ou cuidadores presentes, construir possibilidades de diálogo e conceder liberdade para a exposição dos sentimentos, dúvidas e questionamentos. Tarefa nem sempre fácil, mas absolutamente necessária para prevenção do desenvolvimento do quadro de dependência química. Além disso, precisamos estar atentos as nossas atitudes como pais que podem desencadear uma série de comportamentos disfuncionais em nossos filhos. Vamos fazer uma revisão do nosso papel, como cuidadores?!Vale à pena refletir...e prevenir e valorizar o que é essencial, ao invés de esperarmos pelo “acidental”, muitas vezes, de difícil ou impossível conserto!!!

ESPONTANEIDADE OU CRISTALIZAÇÃO?!

               O mundo evoluiu numa velocidade que fez com que nos sintamos “perdendo um pedaço do filme”, já que definitivamente, nosso “tempo” não acompanha, nem processa as inúmeras modificações pelas quais os conceitos passam...A Era Industrial causou profunda revolução no cérebro humano e no conceito de tempo e espaço. Na Era da Informação nova e profunda reestruturação no processo de sobrevivência e evolução. E nós...corremos atrás!Essa dinâmica de tempo acelerada resulta numa desconexão com nosso Eu-interior e acabamos perdendo o eixo interno e nos distanciando de quem somos nós.Atentos às mudanças e buscando estar adequados a essas transformações, negligenciamos nosso maior potencial que é a espontaneidade.
           Espontaneidade, não espontaneismo, que é agir sem refletir. Espontaneidade: capacidade que o indivíduo possui de dar respostas adequadas a novas situações ou, ainda, de dar uma nova resposta a uma situação antiga. Ser espontâneo significa estar presente às situações, configuradas pelas relações afetivas e sociais, procurando transformar aspectos insatisfatórios. É estar adequado aos contextos em que vivemos, sem que isso esteja em conflito com os valores que desenvolvemos.
           É um conceito que considera o âmbito social, porém valoriza nossa essência. Desenvolver a capacidade de estar adequado às situações talvez seja nossa ferramenta mais valiosa, entretanto acabamos perdendo a espontaneidade em função de inúmeros fatores. Os motivos para que abafemos este recurso interno, podem ser a intensa agitação da vida moderna, as demandas, quase sempre maiores do que aquilo que podemos suportar, as intensas e freqüentes exigências dos diversos papéis que desempenhamos em nossa vida, ambiente familiar cujo clima é inibidor, entre outros. Há uma tendência habitual de substituirmos a espontaneidade por respostas fixas e reguladas, que não permitem reações novas ou originais. Por “segurança”, optamos por respostas automatizadas, que sempre foram dadas, por padrões familiares ou socialmente aceitas... Essa cristalização e inflexibilidade no pensamento e nas ações, nos leva ao adoecimento, fazendo com que nosso equilíbrio se perca, pois funcionamos somente sob a ótica do outro, um referencial externo que nada tem a ver conosco, muitas vezes!
        Um dos grandes segredos da vida saudável é poder viver em sintonia com valores e situações que fazem ressonância em nosso mundo interno... Viver sem a possibilidade de ter iniciativas pessoais e o reconhecimento de nossa vontade resultará, invariavelmente no embotamento da espontaneidade, sem a qual, nos tornaremos incapazes de dar resposta criativas e originais aos acontecimentos a nossa volta.
        Como seres humanos que se amam e respeitam, nosso compromisso é resgatar a saúde, nos sentirmos adequados no desempenho dos nossos papéis e nas relações. Precisamos reconhecer que nossas condutas e pensamentos estão realmente de acordo com nossos valores! Porque estaremos nos violentando ao seguir a “cartilha” do outro... Criemos o “hábito” saudável de valorizar e respeitar nosso eixo interno... Vivendo em consonância com nossa alma e mais conscientes e responsáveis pelo nosso papel no mundo...