domingo, 19 de dezembro de 2010

DISTIMIA...O QUE É?!


            Quem não conhece, no seu círculo de amizades, alguém que está sempre de mau humor, com " a cara fechada", causando tensão nos ambientes que frequenta e, como consequência, deslocado e deslocando pessoas, por sua suposta "falta de habilidade" em lidar com as brincadeiras, tão sadias e necessárias, no nosso dia-a-dia?!
           Lembraste de alguém? Sim? Pois é...esta pessoa pode não ser simplesmente um mal humorado de plantão, ela pode estar doente e o nome desta doença é distimia.
          O termo “distimia” é de origem grega e significa “mal humorado” e refere-se a um comportamento inclinado à melancolia. A caracterização da doença passou por inúmeras transformações, podendo hoje ser definida como “um quadro depressivo crônico, com sintomas de intensidade leve, com início insidioso, começando muitas vezes na infância ou adolescência e se prolongando, eventualmente, durante toda a existência do indivíduo”.
            Alguns pacientes referem que “são assim, sempre foram assim”, devido à extensa permanência do quadro em sua vida. Em geral são indivíduos que se descrevem como tristes e desanimados e apresentam outras queixas, o que pode “mascarar” a identificação do transtorno, senão for investigado minuciosamente pelo profissional.
            Em crianças, a distimia parece ocorrer igualmente em ambos os sexos, enquanto na idade adulta, as mulheres estão duas a três vezes mais propensas a desenvolvê-la do que os homens.
Os instrumentos utilizados para classificação das doenças, como CID-10 e DSM-IV, são concordantes em afirmar que a insônia, fatigabilidade ou perda de energia, baixa auto-estima, diminuição da capacidade de concentração, perda de interesse ou prazer, entre outros sintomas, estão presentes no curso da doença.
Estima-se que 4,3% da população possam ter distimia. Estudos diversos e bem controlados sugerem que o desenvolvimento do transtorno depende tanto de fatores genéticos, quanto ambientais. Fatores genéticos podem ter papel importante no início precoce, podendo ser responsáveis também, pela cronicidade da doença.
Aliados a “herança genética”, o histórico familiar com alterações do humor, abuso de substâncias pelos pais, acontecimentos traumáticos e outros, podem estar associados à patologia.
As crianças e adolescentes, com transtorno distímico, podem ter baixa auto-estima e fracas habilidades sociais, sendo também pessimistas. Os familiares geralmente os descrevem como irritáveis, ranzinzas, e/ou deprimidos. Nos adultos pode haver a diminuição da autocrítica e a construção de uma auto-imagem negativa, percebendo a si mesmos como “desinteressantes” ou “incapazes”.
Devido ao caráter crônico, a distimia pode conduzir a prejuízos graves, mal-estar familiar, insucesso conjugal, inadaptação no trabalho e outras formas de disfunção social. Trata-se, pois, de grave transtorno que, após cuidadosa avaliação, deverão ser trabalhadas, com ênfase no presente, as dificuldades encontradas pelo paciente, buscando transformações cognitivas, emocionais e comportamentais, através de tratamento orientado para tal.
Não confunda, ok? Falamos aqui de caráter crônico, não de episódios de mau humor, aos quais todos estamos sujeitos!!! Precisamos ter o imenso cuidado e não sair por aí patologizando todas as atitudes e "catalogando" ações como se as pessoas fossem objetos de estudo vivos!!!
         Considera-se doença toda ação que se cristaliza e impõe ao indivíduo ou aqueles que o cercam sofrimento significativo! E isso somente poderá ser avaliado por profissional capacitado para essa tarefa...enquanto isso, vamos nos observando e olhando para o outro com gentileza, sem apontar o dedinho e banalizar diagnósticos sérios, como muitas vezes observamos por aí...afinal...acho que é dos Mutantes, uma música que diz...de perto...bem de pertinho...ninguém é normal!!!


Um comentário:

  1. Realmente se formos ver, encontramos pessoas com que convivemos que sempre estão ou aparentam estar de mau humor...
    Muito interessante saber que em alguns casos isso pode ser uma doença.

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